quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Me perdoe !


“mãe e pai. quero pedir perdão para vocês. deixo essa carta explicando o que estou fazendo, mas acho, que minha ausência é auto-explicativa… apenas quero pedir perdão para vocês e para não sentirem-se culpados por nada. vocês foram ótimos, ótimos mesmo. eu os amei muito, e sei que vocês me amaram além dos limites. mas chegou minha hora de ir, e eu não irei acordar nesta manhã. meus olhinhos estão fechados, meus pequeninos olhos castanho claro de japonesa estão fechados. será um pouco impossivel tentar me despertar, pois após o que fiz, é meio obvio que não despertarei. só um milagre. papai, mamãe, obrigada por terem sido os primeiros a me acolherem quando chorei, meus anjos. ultimamente sei que vocês estavam me observando, vagando triste por cada canto da casa, olhando para fora da janela, buscando algo… as vezes me encontraram acordada de madrugada, com o nariz vermelhinho, os olhos úmidos e me perguntavam o que estava acontecendo, menti a vocês, diversas vezes, dizendo que era a claridade da luz. mas na verdade eram minhas lágrimas que caíam sem controle. me perdoem por ter mentido. prometo estar sempre ao lado de vocês. embora eu não vá acordar nesta manhã. olhem pela janela, como eu costumava fazer de manhã, o sol estará lá, vocês vendo ou não ele, ele brilha. serei a luz que iluminará o caminho de vocês. estarei aqui nos dias de chuva, de sol, de vento… vou sempre estar aqui. tum-tum-tum… escutem, as ultimas batidas do meu coração. ele está parando agora. perdoem-me. mas é melhor para todos. estou fazendo um garoto sofrer, e não quero… talvez assim seja melhor, não acham? vocês sempre quiseram o melhor para mim, então, me apoiem agora, mesmo que quando forem dar suas opiniões, será tarde demais. mas, me apoiem apenas. se chegarem a o conhecer um dia, digam a ele que o amei muito. e não papai, não mamãe, ele não é o culpado. NÃO é. ele é na verdade a grande razão de todos os mais belos sorrisos que vocês viram neste ano. não o culpem, por favor. ele só quis o meu bem, como vocês. e ele me ama mamãe, ele me ama… o trate bem, lembra-te do garoto do nome de principe do qual eu te falava todas as noites antes de adormecer? é ele mamãe… e eu sei que a senhora gosta dele, sorria quando eu começava a descrevê-lo e achava que ele era um sonho, uma imaginação. papai, lembra-te do garoto do sorriso perfeito que sonha em ser médico, o qual eu te falava todos os fins de tarde quando chegavas do trabalho? é ele papai. e eu sei que você gosta dele. ria quando eu te contava de nós e dos nossos momentos. se vocês chegarem a conhecê-lo, ou a falarem com ele, um dia. digam para ele que eu o amei muito. e sempre irei amar. imploro mais uma vez perdão… não tentem me despertar. mamãe, me dê um beijo na bochecha, como fez em todas as noites. papai, me abrace, como fazia em todas as manhãs. e declarem o meu fim. eu nunca existi. Serei eterna. Perdão…”